Pessoal,
segue o comentário do psicólogo Eduardo L C Moreira sobre a postagem.
Eduardo L C Moreira disse...
Realmente o poema retrata a vida de Don Juan. Uma vida que vai além do prazer, ou seja, está na via do gozo. Um gozo que invade o corpo, e que não se localiza na linguagem apenas, pois linguagem aqui é pouca ou "não-sabida que se sabe". A recusa é de um nó que norteia, da castração (aquilo que barra o sujeito entre o "sim" e o "não"). Recusa que faz parte da estrutura perversa, é nela que habita a sedução nua e crua. Atrelada a este jogo que mais revela do que vela, a admiração e o espanto (horror) andam juntos, como o ódio e o amor na rotina dos enamorados. A sedução é audaciosa. O outro pode se encantar ou repudiar ao vê-la e percebê-la. Fica a escolha do freguês! O interessante é admirar a sedução com moderação, nunca negá-la por completo. A não ser que ocorra sublimação, aí já é outro "porém". Reprimir nossos desejos sexuais, libido, é negar a vida. É viver deixando de lado a experiência da completude-incompleta que nomeia o prazer, a nossa existência. Entre o choque da pura culpa e do puro gozo, o duplo de Don Juan acha o caminho do meio e tenta assim ser feliz. Fica a dica para quem quiser também tentar!!!
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